Câmbio na Argentina
Câmbio na Argentina é sempre um desafio. Nós já fomos ao país três vezes e, em cada vez, fizemos o câmbio de uma forma. Isso se deve, principalmente, à existência de vários tipos de câmbio no país. O peso argentino é uma moeda que vem enfrentando forte desvalorização, de modo que os argentinos sempre estão buscando comprar dólar e o governo tenta controlar essa demanda.
Na prática, existem duas formas de fazer o câmbio na Argentina para o turista: a oficial e a não-oficial (conhecido como câmbio blue). Apesar do câmbio blue não ser reconhecido pelo governo, é o principal modo de aquisição de pesos argentinos pelos turistas. É uma prática comum, generalizada, feita à luz do dia, como você pode ver caminhando pela Calle Florida. Ou seja, embora não-oficial, é tolerado.
Para vocês terem uma ideia: nessa viagem, o câmbio oficial pagava cerca de 23 pesos por real; no câmbio blue, conseguimos a cotação de 39 pesos por real. Nesse post vamos compartilhar com vocês como fizemos para conseguir o melhor câmbio na Argentina. Fizemos todos os tipos de trocas possíveis para conseguir fazer um post bem completo e com todos os comparativos.
-
Vale a pena levar dólar?
Nessa viagem, especificamente, não foi a melhor opção. Foi mais vantajoso levar dólar a real, porém, a forma mais vantajosa, disparada, foi utilizar a Western Union (já falaremos mais sobre isso).
Nós trocamos 1 dólar por 204 pesos argentinos na Calle Florida, pertinho da Galleria Lafayette. Compramos o dólar no Brasil, a R$ 5,12 (já incluído IOF e taxa da casa de câmbio).
Fazendo uma conta rápida: comprando dólar no Brasil e fazendo câmbio não-oficial, 100 reais se transformaram em 3.985 pesos.
Vale lembrar que quanto mais nova e de maior valor forem as notas, mais vai valer seu dinheiro. E muito cuidado com a pessoa e o lugar onde você vai trocar o dinheiro!
-
Vale a pena levar real?
Não, dessa vez não valeu. Explicamos.
A diferença para o dólar foi pequena. A melhor cotação que encontramos foi de 39 pesos por real, na Calle Florida. Ou seja, cada 100 reais virariam 3900 pesos. Você pode pensar a que pequena diferença entre o valor do real e do dólar não compensa o trabalho de ir à casa de câmbio comprar dólares, mas é preciso fazer alguns alertas.
Primeiro: essa cotação de 39 pesos por real foi a melhor que encontramos. Em outros lugares estava 38, 35 e até menos. Segundo: como o dólar é bem mais aceito que o real, vale mais a pena levar dólares para evitar o risco de não conseguir trocar reais ou só encontrar cotações ruins.
É muito recomendável você trocar dinheiro em lugares de confiança. Algumas pessoas relatam golpe com notas falsas. Evite trocar com as pessoas que ficam na rua chamando os turistas. O Ricardo Freire tem dica de casas de câmbio no Viaje na Viagem. Procure locais mais confiáveis.
Veja mais: reservas de hotéis
-
Vale a pena usar cartão de crédito ou débito?
Essa resposta é bem fácil. Não, não vale. De todas as formas de câmbio, essa é muito ruim. Isso porque os cartões utilizam o câmbio oficial, o qual, como vimos, paga quase metade do valor do câmbio blue. Além disso o cartão de crédito possui o IOF mais caro (6,38%) do que o de papel moeda (1,1%).
Não vale a pena nem mesmo cartões usar cartões em dólar como dos da Nomad, Wise ou C6. USar cartão é uma das formas mais caras de fazer câmbio na Argentina. A sua viagem vai acabar custando o dobro, literalmente.
-
Vale a pena comprar pesos argentinos no Brasil
Não, não, mil vezes não. É a pior forma possível. Além de ser improvável que consiga comprar pesos argentinos aqui, você ainda vai pegar a cotação oficial piorada, porque a casa de câmbio precisa cobrar uma taxa altíssima para que essa troca gere algum lucre. Não compre pesos no Brasil!
-
Vale a pena a Western Union?
Essa foi a forma que mais utilizamos. E sim, valeu muito a pena! Nós nunca tínhamos viajado antes assim, foi nossa primeira vez. Vimos vários vídeos no YouTube sobre o assunto e sentimos que era uma forma segura, até porque a Western Union é uma empresa grande e está no mercado há muitos anos.
A cotação foi disparada a melhor. Conseguimos transformar um real em 42 pesos, em média. Poderíamos ter conseguido até um valor melhor, se tivéssemos feito uma única transferência ao invés de várias pequenas. E aqui começam os poréns.
A utilização do Western Union é generalizada na Argentina, então pode ser que você tenha dificuldade para sacar seu dinheiro por lá. Nos fóruns de viagem há muitos relatos de pessoas que não conseguiram sacar o dinheiro todo. E de fato isso acontece. Por exemplo: nossa ideia era sacar 30mil pesos no aeroporto Ezeiza. Quando chegamos na agência dos Correios, a qual funciona como ponto da WU, para sacar, havia uma pessoa sendo atendida. Essa pessoa sacou muito dinheiro. Quando chegou nossa vez, não havia mais dinheiro disponível na agência. Precisamos pagar um táxi com cartão de crédito, que saiu muito mais caro.
Outro problema é o volume (físico) de dinheiro. A cédula de maior valor de face na Argentina é de mil pesos, o que equivale a 25 reais, mais ou menos. Ou seja, se você for pagar os hotéis em dinheiro, como nós, vai ter que andar com um volume enorme. Ir sacando ou trocando aos poucos, se possível, é o ideal.
Nossas dicas para você diminuir os riscos:
a) Faça remessas menores. Você vai pagar mais caro (por conta da taxa de envio), mas tem mais probabilidade de conseguir sacar o dinheiro. Lembre-se que não é possível sacar parcialmente uma remessa, então se você mandar muito dinheiro de uma só vez, há grande risco de não conseguir sacar. O máximo que mandamos foi 40mil pesos;
b) Prefira levantar o dinheiro em agências próprias da Western Union e não em kioskos, agência de correio ou lojas terceirizadas. Fomos sempre a agências da própria WU e foi bem tranquilo de sacar, tanto em Buenos Aires como em Bariloche;
c) Ande com cópias do seu passaporte. Não nos foi pedido, mas em fóruns de viagem muitas pessoas relatavam que foi solicitado deixar uma cópia do documento;
d) Coloque seu nome exatamente da forma como está no passaporte, para evitar problemas na hora de sacar.
-
Conclusão
Para nós, o melhor jeito, disparado foi levar dinheiro pela Western Union. Mas entendemos que esse não é o melhor jeito para todo mundo, porque você vai precisar procurar loja e “perder” tempo sacando dinheiro. Se você é uma pessoa mais prática e não quer gastar tempo com essas coisas, levar dólares é a melhor forma de fazer o câmbio. Você vai gastar um pouco mais do que usando a WU, mas ainda vai garantir um câmbio bem melhor que o blue.
Também acreditamos que, mesmo que você opte por usar a WU, deve levar reais para o caso de ter algum problema. Caso corra tudo bem, você traz o dinheiro de volta. Se sua viagem não for para Buenos Aires, leve dólares. Se tudo correr bem com a WU, os dólares voltam com você e serão utilizados em outra viagem.
Vale lembrar que a nossa viagem aconteceu entre maio e junho de 2022 e tudo pode mudar a qualquer hora. Vamos tentar deixar esse post atualizado sempre.
Conta para gente aqui nos comentários se ficou alguma dúvida sobre o câmbio na Argentina?
Olá.
A troca poderei fazer em cash na loja da WU?
Minha lriniera vez na Argentina será em Junho. Vamos desembatcar no Aeroparque tem alguma agência da WU lá? Depois vamos seguir para Bariloche
Pingback: Viagem a dois | Como usar a Western Union na Argentina - Viagem a dois
Realizei uma remessa de dinheiro para Argentina ,para receber em peso argentino