Impressões e dicas sobre a Itália

18 fev 2014

Sempre que nossos amigos voltavam de uma viagem à Itália nos diziam que o país era muito parecido com o Brasil. Uns diziam que era pelo povo. Outros falavam que a semelhança se dava pelo clima ou até mesmo pela falta de ordem em alguns pontos. Fomos lá e tiramos nossas próprias conclusões e esse post é exatamente para isso: contar nossa experiência como turistas na Itália e dar algumas dicas básicas. Vamos lá.

1- Vistos e passaporte

Brasileiros não precisam de vistos para entrar na Itália, assim como em países que fazem parte do Tratado de Schengen. Essa regrinha é válida somente para quem vai ficar até 90 dias. O passaporte precisa ter validade mínima de 6 meses a partir da data de entrada no país.

Passaporte brasileiro válido por 90 dias.

Passaporte brasileiro válido por 90 dias.

2- Tomadas

A voltagem na Itália é de 220v. Alguns hotéis possuíam tomadas 110v nos banheiros. As tomadas de dois pinos são semelhantes às que utilizamos no Brasil. Se o aparelho que você estiver querendo usar for de três pinos, aí será necessário um adaptador.

Essas tomadas que funcionam lá.

Essas tomadas que funcionam lá.

3- Câmbio

Com o aumento do IOF para operações internacionais o mais barato é comprar euro no Brasil. Foi isso que nós que fizemos. Na verdade, em 90% das viagens preferimos levar dinheiro em espécie. Com um determinado valor estipulado você fica menos propício a utilizar o cartão e ter uma surpresa desagradável quando voltar da viagem. Claro que ficamos mais sujeitos a furtos e roubos, mas tomamos todas as medidas necessárias para evitar inconvenientes. Graças a Deus esse método sempre funcionou conosco e, portanto, continuamos a utiliza-lo. Antes de viajar comprávamos 1 euro por cerca de 3,40 reais.

Nos primeiros dias gastamos um pouco mais do que o programado, então achamos melhor sacar um dinheiro extra, mesmo sabendo que para saques internacionais também havieria a incidência do IOF de 6,38%. Estávamos determinados a não usar o cartão de crédito, apesar de algumas sabidas vantagens (especialmente os programas de milhagem). Sacar não foi fácil. Tentamos dois dias seguidos em Florença sem sucesso.  Não sabemos dizer o que aconteceu visto que o cartão estava liberado para operações internacionais (chegamos a fazer uma compra no débito para conferir). Só conseguimos sacar em Roma, já quando começávamos a ficar preocupados…

No saque, 1 euro saiu por 3,71 reais (conta no Banco do Brasil, já incluídos tarifa de saque e o IOF). No débito, 1 euro custou 3,65 reais (já com o IOF). Ou seja, se você tiver condições de optar entre o cartão de débito e o saque internacional, opte pelo débito. Acreditamos que essa diferença decorre das tarifas para saque internacional. Infelizmente pouquíssimas lojas aceitam cartão de débito. Chegamos a ver que, em alguns estabelecimentos, a máquina chegava a oferecer a opção de débito, mas os funcionários logo marcavam crédito e nem chegavam a perguntar o que preferíamos. Em uma das lojas a caixa chegou a nos dizer que a função débito não existia na Itália.

E o cartão de crédito? Se o dinheiro em espécie estiver acabando é a melhor opção. A cotação do cartão de crédito é bastante parecida com a do cartão de débito, embora esteja sujeita à variação até a data de encerramento ou pagamento da fatura. O IOF tem a mesma alíquota daquela cobrada para saques e débitos internacionais. Mas o cartão de crédito tem a vantagem de ser aceito em praticamente qualquer lugar, além de contar com programas de pontos que podem virar passagens aéreas ou diárias em hotéis para sua próxima viagem.

4- Refeições

Antes de viajar lemos muito a questão das refeições. Muitos diziam que os restaurantes fazem menu fechado com o primeiro prato, segundo prato e sobremesa. De fato é assim. O que não lemos é que isso não é obrigatório. Se você quiser comer só o primeiro prato (que normalmente é a massa) não tem problema. Você só não vai pagar o valor do menu fechado. Comemos nesse esquema de menu fechado apenas duas vezes, e as duas em Milão. Contaremos desses restaurantes aqui.

5- Mau humor

Incrível como a grande maioria do pessoal que trabalha com turismo é mal humorado. Hahaha!! As pessoas estão sempre com uma cara de “ai, que saco, estou aqui trabalhando”. Vá ciente disso e abstraia para que isso não seja um problema. 😉

6- Trem

Andar de trem é realmente muito fácil e simples. Há uma quantidade de trens enorme e você dificilmente vai ficar sem conseguir ir para onde deseja. Comprando algumas passagens com antecedência você realmente economiza dinheiro. Por exemplo: compramos nossas passagens de Roma para Milão no final de dezembro para o inicio de fevereiro. Pagamos 38 euros para os dois. Decidimos um dia antes tentar pegar um trem mais cedo para aproveitar mais a cidade. Cada passagem no nosso trem ou nesse antes saia por 38 euros por pessoa. Ou seja, economizamos 50% comprando com antecedência.

7- Hotel

Uma outra questão que nos pegou de surpresa foi que em todas as cidades que passamos tivemos que pagar uma taxa de turismo. Essa tarifa variou muito. Em Veneza pagamos três euros por noite e por quarto. Já em Florença tivemos que pagar por noite e por pessoa, assim como em Roma e Milão. Aliás, a taxa de Milão foi a mais cara. Nas nossas contas gastamos uns 50 euros extras e não estávamos preparados para essas taxas.

8- O italiano fuma muito

A Rachel é alérgica, então vocês imaginam o quanto ela sofreu. Mas achamos a quantidade de fumantes bastante expressiva.  Você saltava do trem e muitos, ainda na plataforma, já estavam com o cigarro na boca. Era comum ver adolescentes fumando também. Nada contra quem fuma mas foi só algo que nos chamou atenção.

9- A Itália é um pouco desorganizada

Sentimos muito essa parte. Por vezes nos vimos perdidos em alguma atração turística e até mesmo em uma estação de trem e não havia qualquer sinalização. Isso aconteceu principalmente em Roma ou em cidades menores. Se não tivéssemos lido bastante e não estivéssemos com guias impressos não conseguiríamos chegar a Lucca, por exemplo. Em Roma chegamos a uma atração que estava em obras e nenhuma informação sobre isso, simplesmente fecharam e ponto.

10- Balcão ou mesa?

Você provavelmente vai estranhar quando pedir um café e o atendente perguntar se você vai toma-lo no balcão ou vai se sentar. Mas por que isso? Simples, existe uma espécie de tarifa para quem usufrui do serviço. Ou o preço do item será diferente (por exemplo, 1 euro para o café no balcão e 2 euros para o café na mesa) ou será cobrada uma taxa denominada “coperto”, para pagar pela utilização dos talheres, da mesa etc.  Se você quiser parar no meio da tarde para relaxar as pernas tomando um cafezinho é melhor preparar o bolso. 😉

11- Segurança

Em Roma sofremos uma tentativa de furto. Um grupo de adolescentes ciganas cercou o Luciano e, enquanto falavam palavras ininteligíveis, uma delas tentou abrir a mochila dele. Sorte que a Camilla, irmã da Rachel, estava atenta e deu um “chega pra lá” na garota.

A Itália é um país relativamente tranquilo e os turistas não costumam ser vítimas de crimes violentos. Mas os furtos são bastante comuns, portanto, mantenha sua bolsa, carteira e passaporte seguros e evite andar por lugares onde haja grande aglomeração de pessoas. Durante a viagem nós utilizamos uma mochila, onde deixávamos as coisas de menor valor, como casacos, águas e snacks. O dinheiro ficava numa doleira e os celulares no bolso da frente da calça.

12- Pequenos golpes

Infelizmente alguma pessoas se aproveitam do turista. Em Florença, precisamos sair do hotel correndo para a estação de trem por causa do horário e chegamos esbaforidos. A Rachel tem asma e mal conseguia andar depois de tanto correr. Dois homens, muito bem vestidos, se ofereceram para ajudar com as malas. Levaram até nossos lugares, colocaram as bagagens no maleiro e… pediram dinheiro! Óbvio que eles não disseram que o serviço era pago. Para evitar problemas, demos quatro euros para eles que não ficaram satisfeitos e exigiram mais! Demos mais dois euros e eles foram embora.

Em Florença e Milão vimos também o golpe da pulseirinha. A pessoa te aborda oferecendo uma pulseirinha de presente e, depois que você a põe no braço, pede dinheiro. Como já havíamos lido sobre esta prática apenas dizíamos “não, obrigado” e seguíamos nosso caminho.

Em Pompéia, um homem no meio das ruínas, com um cartão de identificação no pescoço, nos perguntou se tínhamos visto os corpos encontrados nas escavações e se ofereceu para nos levar até o lugar onde estavam expostos. Disse que não era guia e que, se quiséssemos, poderíamos dar um trocado pelo serviço. Depois disso nos cobrou 5 euros.

13- Spaguetti

Os italianos não usam a colher para comer Spaguetti. Isso foi algo que me pegou de surpresa. Qualquer restaurante que você  vai aqui no Brasil para comer uma boa massa, na hora que chega seu prato, vem uma colher. Achamos que era uma prática italiana mas não, lá ninguém come assim.

O verdadeiro Spaguetti a Pomodoro

O verdadeiro Spaguetti a Pomodoro, sem colher!

Essas dicas foram baseadas na nossa experiência. E você, tem alguma dica para compartilhar? Deixe seu relato nos comentários! 😉

 

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Publicado por Rachel e Luciano Guedes

Somos um casal apaixonado por viagens e que compartilha relatos e dicas voltados, não exclusivamente, para programas românticos. Todas as nossas dicas são baseadas em nossas experiências.

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comentários

  1. Acho a Itália meio parecida com o Brasil e sempre senti uma grosseria generalizada, principalmente dos italianos do sexo masculino. Depois de algumas idas ao país, passei a deixar pra lá e não me aborrecer com o tratamento recebido. Também já tentaram me passar alguns golpes mas, como uma boa brasileira, não deixei me enganar 😉
    A beleza e riqueza da Itália são tão grandes que cada vez mais eu fico mais apaixonada pelo país (só não consegui ainda comer uma massa tão gostosa quanto a das cantinas de São Paulo)!

    • Rachel Guedes
      26 abr 2014

      Jura? Nossa, comi uma massa Pomodoro por lá inesquecível! Confesso que ainda não explorei as cantinas de São Paulo, pelo visto ando perdendo, né? Tem alguma pra recomendar? 😉 E realmente a Itália é um país apaixonante! Queremos muito voltar.. ai, ai, ai!

      • Ainda não me encontrei com a boa comida italiana na Itália. A pizza que comi em Florença parecia aquelas feitas em supermercado. Em SP gostei da Lelis Tratoria e da Famiglia Mancini (a massa inesquecível eu comi na Lelis!)

        • Rachel Guedes
          29 abr 2014

          A Famiglia Mancini nós fomos há muito tempo atrás quando ainda morávamos no RJ, lembro que foi muito boa! Vou ver se repito a dose com o marido e conheço essa Lelis Tratoria! Obrigada pela indicação!! 🙂 Beijos!

  2. Alan
    06 maio 2014

    Muito bom! Acabei de voltar da italia e é exatamente como você descreveu! Em Florença tivemos o problema do “golpe da mala” mas adivinha? Estávamos em 4 e o cara exigiu 80 euros (20 pra cada)!!!! Ficamos furiosos e ele não saiu até receber 65 euros nossos! Foi de chorar… A parte das ciganas tem por toda a Italia e amigos nossos que moram lá nos contaram que eles realmente roubam os turistas direto! Parabens pelo post.

    • Rachel Guedes
      06 maio 2014

      Oi Alan, ficamos felizes que tenha gostado do post! 🙂 E 65 euros é duro, já demos 6 chorando, imagina! Sei lá o que fazia.. hehe!! Obrigada por compartilhar sua experiência conosco! Abraços

  3. Infelizmente até na Itália tem golpes, e também a falta de sinalizações é bem desagradável, tem que pesquisar muito e saber onde vai antes de fazer uma viagem pra lá. Valew

    Abraços

    • Tem que ficar ligado mesmo! Muita gente acha que porque está no exterior pode relaxar mas lá também acontecem essas pilantragens! Abraços, Saulo!

  4. Sarah
    15 out 2014

    Você acredita que uns conhecidos sofreram um golpe italiano desse em Paris? Um italiano muito simpático começou a puxar conversa e fazer amizade com eles perto do hotel, e disse que estava doando uns casacos, depois de muita insistência, eles aceitaram levar um pra cada, aí então ele começou a pressioná-los por dinheiro…eles acabaram dando por medo de confusão ou até de segui-los perto do hotel.

    • Pois é, infelizmente ficamos sem muito o que fazer, ainda mais assim, perto de hotel. Acho que o maior conselho é não dar nenhum tipo de papo mesmo para desconhecidos. Em Paris, uma pessoa surda pediu para assinarmos um papel para ajudar a conseguir fundos para eles. Luciano assinou. No final eles obvio queriam dinheiro. Luciano deu 5 euros e a mulher brigou muito com ele, tudo na mímica. Não é fácil, tem que ficar ligado o tempo todo!

  5. Rodrigo
    27 abr 2015

    É bem verdade tudo isso Parabéns pelo post. Fomos pela segunda vez na Itália e vivenciamos muitas coisas que aqui foram escritas. Nossa contribuição é que experimentamos sorvetes e massas maravilhosas. É verdade que variam de restaurante para restaurante. Desta ultima vez, que foi agora Abril, fomos abordados muitas vezes por vendedores ambulantes e chegávamos a ficar incomodados, pois eles nos seguem e insistem tentando colocar o objeto oferecido em nossa mão. O segredo é não pegar e não dar papo. Forte abraço a todos.

    • Muito bem lembrado, Rodrigo. Os sorvetes italianos são deliciosos, comemos um em Milão que, com certeza, foi o melhor que já comemos até hoje! 😉

  6. Muito Bacana o Blog!

    Li tudo e gostei. E realmente o Italiano que te atende é grosso por natureza. Não que seja grosso, é um comportamento diferente do nosso e que estamos acostumados.

    Todos os casais de Clientes Brasileiros que atendo por aqui comentam também a mesma coisa! hahahaha

    Eu moro aqui há quase dois anos e, sinceramente, me acostumei. Mas no início era um espanto.
    Sim, também tentaram me passar nessa de Pulseirinha. Mas já tava avisado e não caí na treta.

    Ah, mas adorei a leitura. Bem organizada!
    Posso aproveitar e deixar uma propaganda aqui? Sou Publicitário e por paixão também atendo Noivos para fotografias aqui na Itália. Especialmente Roma, Napole e Costa do Amalfi. As outras regiões também.
    Obrigado e vou ler os próximos conteúdos.

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